Desde que soube que estava grávida sempre tive a certeza de que faria de tudo para amamentar meu filho, eu mesma fui amamentada até minha mãe engravidar de novo, mas conheço vários casos de pessoas que foram amamentadas até os três anos ou mais.
Sei que cada caso é único, assim como algumas mães que não conseguem amamentar por mais vontade que tenham, há também bebês que decidem abandonar o peito muito antes do que a mãe havia planejado, mas assim como recomenda o Ministério da Saúde e todos os pediatras, meu plano era manter meu pequeno em aleitamento exclusivo até os seis meses de vida e continuar com a amamentação complementar até os dois anos.
Bem, eu precisei retornar ao trabalho antes do Vinicius completar seis meses e por isso só pude mantê-lo sob amamentação exclusiva e em livre demanda até os cinco meses de vida, mas isso não significa que tenha sido fácil. No primeiro mês de vida do pequeno eu precisei de muita força de vontade, apoio e determinação, mas principalmente, precisei ouvir meu coração, e ele me dizia que eu precisava ir até o fim e lutar pelo que eu sabia que era o melhor pro meu filho.
Por mais que pareça caso encerrado, a amamentação ainda não é um assunto pacificado, embora esteja comprovado que não existe leite fraco, que o bebê não precisa de água, chá e nenhum outro complemento até os seis meses de vida, que o colostro é importantíssimo para a imunidade do bebê... Doesn’t matter! Sempre haverá alguém que pense diferente.
A primeira vez que tentei amamentar o Vinicius, ainda na maternidade, foi tudo muito complicado, primeiro pela minha total inexperiência, além dos incômodos do pós-parto (que, aliás, foi cesárea), depois porque o Vinicius não conseguia fazer a pega correta em um dos meus seios, daí por mais que eu tivesse bastante colostro, ele não conseguia sugar, apesar de toda ajuda, nada resolvia.
Pensei que talvez eu devesse tentar me alimentar, tomar água, uma vez que passei o dia inteiro em jejum, mas mesmo após eu ser liberada pra jantar, tomar água e tentar novamente dar o peito pro meu bebê, não tive muito sucesso, até que chegou a hora do banho do bebê.
Durante o banho meu filho colocou pra fora um pouco de água do parto, depois disso ele voltou pra mim e, enfim, parecia que ia dar certo, ele estava tentando sugar, mas ainda não estava 100%, mais uma vez a enfermeira entrou em ação e após realizarem uma aspiração do excesso de líquido (que mais parecia uma espuma), já era de noite quando meu pequeno conseguiu mamar de verdade.
Antes de sairmos da maternidade a pediatra me indicou o uso de um bico de silicone para auxiliar na amamentação e facilitar a pega, e... foi minha salvação. Durante o primeiro mês de vida do Vinicius era um vai e vem de bico pra lá e pra cá, coloca o bico no peito, amamentar, lavar e esterilizar bico, o dia inteiro isso.
O problema era que mesmo com o bico de silicone ele desenvolveu uma preferência e não queria saber do outro seio, só de virar o corpo dele pro lado esquerdo para dar o seio que ele chorava. A solução? Enganar o bebê! Colocar ele no seio esquerdo com o corpo deitado pro lado direito (posição muito usada por mamães de gêmeos), depois de muita dor nas costas, uma batalha vencida. E assim foi, batalha após batalha, vencemos a guerra, primeiro ele mamou com o bico de silicone nos dois seios (por mais que no direito não precisasse, ele tinha que acostumar com o apetrecho). Até que conseguiu mamar nos dois lados sem o bico já havia passado um mês.
Acontece que depois do bico do seio favorito rachar e do seio preterido empedrar de tanto leite não consumido, nos primeiros dias, meu corpo aprendeu a produzir mais leite no seio favorito, o resultado foi um seio constantemente mais abastecido que o outro. Mais um mês de lutas, colocando o pequeno pra mamar mais no preterido e tirando leite com bombinha, para estimular a produção, o que o deixava irritado já que ele sabia que no seio favorito era só sugar poucos minutos e já ficaria mais que satisfeito.
Enfim, dois meses de lutas, e nenhum arrependimento, faria tudo de novo, hoje meu príncipe é um menino forte, cheio de saúde, inteligente e mama muito bem, durante o verão muitas vezes ele mamava só pra matar a sede, mas não tenho problema algum em oferecer o seio pra ele quantas vezes ele quiser, valeu e vale muito a pena, sem falar no sorriso satisfeito dele após cada mamada, que não tem preço.
Cada mãe tem os seus desafios, os meus foram esses. Compartilhe sua experiência. Conte como foi com você, se passou pelas mesmas dificuldades que eu ou se teve que encarar algum outro desafio. Um abraço e até a próxima. Deus abençoe a todos.
(imagem: Babycenter)
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